sexta-feira, 7 de março de 2008
Se eu fosse um peixinho e soubesse nadar...
Sabem aquelas crianças que colocam os pés na areia e já saem correndo para o mar ou então não podem ver uma piscina dando sopa que já querem se jogar dentro na mesma hora?
O Pedro nunca foi assim.
Mesmo tendo sido acostumado com praia desde a barriga da mãe, a sua relação com a água nunca foi a das mais calorosas e receptivas. Sabe gato escaldado fugindo da água fria? É bem por aí.
Nós vamos a praia praticamente todo fim de semana, basta estar sol que lá estaremos. E levamos as crianças desde muito pequenas porque é o nosso programa favorito mesmo. Sou daquele time que acredita que não existe nada que um bom dia de praia não cure.
O Pedro também ama as nossas praias, brinca muito, se diverte fazendo os seus castelos de areia, túneis submarinos e vulcões mágicos, passa tempos dentro da piscininha envolvido com os seus bonecos queridos ( power rangers, dinossauros e cia), faz festa no chuveirinho do amigo da barraca como se fosse uma cachoeira, joga frescobol com o Pai, brinca com as pazinhas da irmã.
Mas entrar dentro d'água é uma outra história e uma história tipo novela mexicana com direito a choros e manhas...um sufoco só, parece até que estamos o levando para a forca.
O Pai nadador-apaixonado, que ama nadar, que trabalha dentro d'água, que nada desde moleque e que nada para caramba fica sem entender como o filho pode não gostar de uma "coisa" tão boa que é o mar, como se ele, o filho amado estivesse ficando de fora de uma das sete maravilhas da Terra.
- Pedro o mar é tão gostoso! Já dissemos para ele mais de mil vezes. Ele nos olha de soslaio, abraça uma maozinha na outra, olha para o mar, olha para baixo e diz:
- Não, não quero. E sobe para areia e dá sequência as suas brincadeiras sem fim.
Nós acreditamos que nada melhor que o tempo, nada como um dia após o outro para que ele sinta essa vontade de dar os seus mergulhos e começar essa nova relação com o mar. O engraçado é que piscina ele adora, então acreditamos que o " medo" que ele sente é da correnteza, da força das ondas do mar.
Nós já tivemos grandes avanços nos últimos tempos e agora ele já vai na água "de mochilinha" com o Pai, já fica esperando a gente mergulhar na beira da água e tal. Vamos seguindo o rumo das coisas. O mais importante é respeitá-lo e encontrar formas divertidas de vivenciar isso.
Realmente não faz a minha cabeça jogá-lo dentro do mar com a intenção que depois ele se acostuma, ignorando todos os sinais que ele ainda não está preparado para essa experiência.
Nós sempre tivemos muita vontade que o Pedro fizesse natação porque é um esporte maravilhoso e em contrapartida seria excelente para ele mudar a sua visão aquática das coisas.
Esse ano ele começou a natação e estamos todos adorando, incluindo ele!
Na primeira aula eu quase chorei de emoção. Sabe quando você imagina uma cena há séculos?
Pedro foi para aula todo animado, entrou na piscina todo feliz e determinado. O seu olhos brilhavam azuis para todo céu. Um olhar de felicidade intensa, empolgação, entusiamo pela novidade e por se sentir capaz, acho que ele vivenciou um liquidificador de emoções piscina à fora.
Ele sentou na borda, bateu perninha, entrou na água, sentiu a leveza do seu corpinho se mexendo dentro d'água de uma nova maneira, nadou com o professor, encontrou com os amiguinhos de turma, mergulhou, saíu para fazer xixi várias vezes ( de nervoso), segurou na borda com suas pequenas maozinhas para não afundar...e amou toda a experiência! Eu fiquei do lado de fora, mandando beijos, retribuindo olhares, dando força e fotografando tudo. Haja coração!
Depois desse dia, outros vieram até que teve um dia que ele disse que não queria mais ir para a natação, que não estava mais a fim e nada no mundo o fazia crer que seria divertido.
Na aula seguinte o Papai estava de folga e em casa conosco. O Pedro começou de muxoxo dizendo que só ia para o Inglês que não queria mais ir para a natação e tal. Nós deixamos quieto e não tocamos mais no fato com o Pedro. Quando já estava quase na hora de sairmos, o Pedro foi falar com o Pai:
- Papai me empresta o São Judas?
E o Papaia tirou o seu colar e o colocou no corpinho do Pepucho.
Dito e feito, Pedro vestiu o colar como se fosse manto sagrado, como se tivesse lhe dado toda coragem e proteção que ele precisava e como por milagre fomos para a natação numa boa.
A aula foi ótima, ele mostrou o colar-especial para os amiguinhos e o professor e assim foi.
Daqui há pouco fará um mês que o nosso peixinho que não gostava muito de água fria começou as suas aulas, ele está super feliz e nós também.
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4 comentários:
Que lindo !!! Amo piscina . Cresci frequentando o sítio onde morava meu avô que tinha uma piscina semi olímpica pois havia sido clube antes ... Vivi acho que vai amar também . Ela sempre cai na piscina comigo , mas ela tem uma relação terrível é com o chuveiro . Não entra de modo nenhum . Só de banheira para ela tomar banho !!! cada um é de um jeito mesmo , não é ???
Vou ver se coloco Vivi na natação ainda nessa semana !
Bjs e até domingo !
Aqui em casa é igualzinho, vc sabe. Minha sereia só nada na água doce. Mas há de chegar o dia em que eles irão dar aquele mergulho gostoso no mar de Ipanema e nós vamos ficar toda orgulhosas deles.
atualiza!!!
Que lindo vocês na GloboNews ... Parabéns . Linda reportagem !
Bjs .
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