Vida de Mãe, parte II...

Hoje me lembrei de um episódio do Mad About You, uma série ótima que eu assistia com o Cris e nós dois adorávamos, ficávamos deitados no sofá esparramados após um dia de trabalho.

O sofá ficava embaixo da janela e muitas vezes uma lua enorme e linda vinha nos visitar. Mesmo lá no céu tão alta e distante, parecia que poderíamos esticar os dedos e tocá-la de uma só vez. Eu estava grávida do Pedro, toda boba com a minha barriga, de casa nova, apartamento pequeno, mas todo arrumadinho, tudo novo, cheirinho de estréia no ar, aquela vidinha de recém casados tão leve como uma nuvem de algodão. Éramos só nós dois, começando a nossa família com um fruto abençoado no ventre. Tínhamos responsabilidades e compromissos, rotinas e deveres mas eram tão menores que hoje em dia.

Pula para alguns muitos capítulos depois....

Nós não somos mais recém casados, mas muito bem casados tão unidos e bem doces como o tal doce clássico de casamento que eu por sinal adorooooo!

Temos dois filhos, um lar doce lar bem maior que o outro, os bebês daqui de casa se transformaram em crianças deliciosas e bagunceiras, encantadoras que falam tudo o que pensam, são lindas e perfeitas como um dia de praia e espalham brinquedos pela casa assim como as estrelas se multiplicam no céu.

Ufa! Papai do céu dê muita energia e disposição para esses papais tão apaixonados por suas crias!

Como o título do primeiro livro sobre criação de filhos que li quando estava gravidinha de meu primeiro herdeiro - Quem ama, educa! - E como não viemos a esse mundão de Deus só para passear...segura que os filhos são nossos e nada nos faz mais completos e felizes que educá-los com muito amor!

Hoje somos muito mais completos e felizes, somos uma família linda e abençoada, tão rica, tão amada, somos muito mais juntos! Mas somos muito mais cansados também...hahha.

Pedro vai fazer 6 anos daqui há pouco e posso contar nos dedos de uma mão, às vezes que saímos sozinhos sem as crianças para nos distrair. E por opção e escolha, nós sempre preferimos estar junto de Pedro e Carolina do que estar em qualquer outro lugar. Tenho fé que sou uma espécie de mãe praticamente em extinção como me disse uma vez a professora do Pedro na escola, mas já escutei isso de várias outras pessoas também. Será? Eu sou mãezona mesmo, super mãe modestia à parte, modestia nada porque sei que sou mesmo e faço muito bem o meu dever, que para mim não é um " dever" com essa conotação de " coisa chata ou pesada".

Mas sim uma grande missão, um trabalho eterno, uma vocação, um laço grande, largo, inteiro, romântico...uma exercício de amor e convivência para vida toda.

Eu não tenho muuuuuita certeza de que algum dia eles irão lembrar de toda a minha dedicação, de como era a mãe deles...mas aí me agarro feliz no verso da Adélia Prado que adoro e diz tudo: O que a memória ama, fica eterno.

E que seja assim.

As crianças estão super de férias, o calor está impossível, o Papai trabalhando muito-muito, fico inventando brincadeira o tempo todo para distrair a mente desses pequenos, descemos para a portaria para jogar bola, subimos porque está quente demais lá embaixo, assistimos desenho, Pedro e Carolina colocam o quarto abaixo...é brinquedo para tudo que é lado e o calor continua só aumentando....

E dá-lhe quebra cabeça, desenho com a Carolina, cata brinquedo, vai na cozinha mil vezes pegar água e mate e biscoito e uva e mais sei lá o quê. Pedro no vídeo game dá meio refresco para a mãe porque quer que eu aprenda a jogar esse trem a qualquer custo.

- Vem mãe, eu te ensino é fácil.

- Filho, a mãe é do mundo dos livros, das palavras, gosto de conversar, de pensar falando alto, não sou muito boa nesse negócio de jogo não. Até no queimado na escola, a Mamãe era uma das últimas a ser chamada hahah. Vem vamos fazer o quebra cabeça do Ben?

Ai quem inventou essa história que mãe tem que ser boa em tudo, héin?

A maternidade me toma por inteiro, mergulho fundo mesmo, não sei fazer nada pela metade.

E ainda invento tempo, porque tem que inventar mesmo que se pensar muito não acho, para fazer artesanato que amo-amo não vivo sem mais não...é o meu lado B, mas que cada vez mais tem ganhado cara de lado A, acho tempo para escrever porque se eu não escrevo não vivo direito, leio meus livros queridos que demoro eternidades para acabar, levo livro até para o quarto das crianças, leio e brinco...mas leio!

Faço bolo, vendo artigos infantis importados by irmã que mora fora e que adoro muito, respondo email, namoro marido que é tudo na vida para mim, vejo novela, assisto DVD dos filmes que não consigo ver no cinema, falo com amiga no telefone entre filhos me chamando o tempo todo para eu desligar logo.

E reclamo muito, agradeço muito, dou gargalhada, faço cena, rezo, invento drama, me sinto a mais feliz das felizes, tem dias que me sinto mais sobrecarregada que um pião de obras, abraço meus filhos, beijo meu marido, vou vivendo a vida com graça e humor, paixão e fé.

Ah! e não faço regime que quero começar e ando preguiçosa...mas que vamô que vamô!

Mulher é bicho esquisito, mas é carpinteira do universo com muita graça e ousadia!

A cigarra já está cantando alto lá fora e anuncia mais um dia de verão e muito calor amanhã.

Ai que calor ô ô ô!!

Preciso de uns 5 dias de praia, mar salgado, areia morninha nos meus pés, céu azul de telhado, me esticar feito bicho preguiça na canga e muito mate com limão para refrescar a idéia!

Que 2010 seja daqui para melhor!

" É!

A gente quer valer o nosso amor

A gente quer valer nosso suor

A gente quer valer o nosso humor

A gente quer do bom e do melhor...
A gente quer carinho e atenção

A gente quer calor no coração

A gente quer suar, mas de prazer

A gente quer é ter muita saúde

A gente quer viver a liberdade

A gente quer viver felicidade..."

( Gonzaguinha...bom demais!!)