A primeira poesia escrita e lida pelo Pedro!

O Poema de Fernando Pessoa escrito pelo Pedro!

Fiquei tão emocionada, tão feliz da vida e literalmente no mundo das nuvens ou seria das letras?

Desenho feito com sucata pelo meu príncipe amado!

Queridos leitores do meu lar da escrita,

segue a primeira poesia escrita no papel pelo Pedro!

Na escola, no último dia de aula, ele recebeu um caderninho de férias, muito legal, que os pequenos tinham que preencher e levar no primeiro dia de volta as aulas.

Cada folha uma aventura, uma relato com pequenas frases escritas pelo recente e iniciante escritor Pedro rs!

Tinha página que era para colocar uma foto, fazer um desenho só com sucata, em outra folha a ideia era registrar um passeio bacana que aconteceu nas férias, lugares que ele gostaria de ir nos dias de descanso e por aí vai. E também tinha lugar para jogos e um lindo auto retrato desenhado pelo próprio.

Porém uma página em especial era para que eles com a ajuda dos pais escolhessem uma poesia e a registrasse no papel. Nossa! nem preciso dizer que amei!!

POESIA, OBA!!

Depois que a fase da euforia de mãe-que-é-apaixonada-por-poesia-e-metida-a-escritora passou...

Pensei: Mas é agora José são tantos os meus poemas favoritos que amooo ( e são muitos e muitos...) qual seria o ideal para que ele levasse para a escola??

Olhei para a minha estante cheia de alma, páginas e histórias,com os meus livros tão queridos me olhando como que estivessem loucos para serem tirados do seu hábitat natural e fosse fazer morado no caderno do Pedro.

Corri os olhos pelos livros de poesia da Cecília Meireles e na hora pensei naqueles poemas infantis tão lindos que ela escreveu...será que vou de Isto ou Aquilo?? Não, Cecília tem poemas tão melhores que eu gosto muito mais que os para criança.

E quem é que disse que criança só pode conhecer e gostar de livro, de história, de poesia para criança??

Depois meu coração se encheu de afeto e ternura pensando nos poemas de Vinicus de Moraes. Hum o poetinha sabe falar ao coração de uma mulher como ninguém...mas ainda não, deixa o Pepucho com os da Arca de Noé que são incríveis e ele vai se identificar mais. Conhece as músicas desde neném e já está gravado na memória afetiva de sua infância!

E Adélia Prado, a minha poeta favorita? Fiquei com o seu livro em mãos como quem embala um bebê no colo. Abria uma página, lia para o Pedro as minhas frases grifadas e olha que o livro é quase todo marcado...mas também não era a hora dele e Adélia se entenderem e ganharem a intimidade que essa mulher das estrelas merece.

Pensei também em Manoel de Barros que eu gosto tanto, que carrega nas letras a sensibilidade e a leveza das crianças. Os seus poemas são tão perfeitos, me tocam muito, mas também não.

Mario Quintana também foi descartado por hora. Eu adoro e me identifico muito, mas também ainda não.

É claro que não deixei Drummond de fora dessa minha vontade de estréia de poesia escrita na vida do Pedro.

Imaginei tantos poemas que amo indo morar no caderninho especial do meu filho.

E também fiquei muito tentada a recorrer a um poema bem lindo de Manuel Bandeira.

Mas não tinha jeito quem eu queria mesmo desde o começo era Fernando Pessoa.

Ele não é infantil, mas tem inocência e consegue enxergar o mundo com o olhar de uma criança, é profundo e sensível como um mar sem fim, eu leio desde sempre e quanto mais leio mais gosto...e diz tudo, me lembra o meu Pedro demais...foi essa a nossa escolha.

"Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive."
( Fernando Pessoa)