Carolina engoliu a pílula falante junto com a Emilia. Essa menina fala tanto que poderia encher o mundo todo com as suas palavrinhas.
Pedro também imagina que possa ser um rei, soldado, herói e domador. Ele é o que quer ser , porque assim como o Pedrinho, o nosso menino é um sonhador.
A magia do Sítio do Picapau Amarelo foi espalhada aqui em casa feito o pó do pirlimpimpim.
Sou de uma geração que adorava Monteiro Lobato,que cresceu assistindo Sítio do Picapau Amarelo, que teve a felicidade e o privilégio de viciar o coração em coisas boas, que lia aquelas histórias inteiras em um gole só, feito refresco geladinho de fruta colhida no quintal.
E agora mãe de duas crianças maravilhosas, sinto a necessidade de abrir essa janela para eles também.
Na minha cabeça criança tem que conhecer Monteiro Lobato, precisa construir a sua identidade com uma boa quantidade de sonho e fantasia no meio da bagagem. Infância sem Sítio do Picapau Amarelo é infância pela metade.
Lembro que quando o Pedro nasceu eu procurava alguma regravação das edições do Sítio que passava na minha época, mas não existia. Um tempo depois a minha mãe encontrou as fitas da série que passa atualmente na TV, os atores logicamente não são os mesmos, mas a história é a mesma, o contéudo de qualidade, as belas canções, a magia, o encantamento, o humor, a beleza e a dose exata para se embarcar em uma viagem sem fim...estão ali no mesmo lugar.
Pedro e Carolina adoram e assistem sempre. Nós temos toda a coleção dessa nova adaptação e essas histórias deliciosas nos rendem divertidas horas juntos e envolvidos com todos aqueles fabulosos personagens.
Mas como não se encantar com a magia do Sítio? É o lugar que qualquer criança gostaria de morar ou ao menos conhecer.
Aquele verde todo, tanto espaço para brincar, tanto céu estrelado para fantasiar. Tem banho de rio, tem patos e sereias, tem sonho e fantasia. Tem balanço para voar bem alto e ver o mundo sair do lugar, tem formiga para seguir com o olhar, tem varanda gostosa para acompanhar o sol desmaiar no horizonte.
E tem também uma avó que parece que saíu de um livro daqueles antigos de capa de couro e lombada de ouro. D. Benta aquela vovozinha doce e sábia de cabelos brancos, que sempre tem um bolo delicioso e quentinho em cima da mesa da cozinha, que tem uma biblioteca enorme cheia de mistérios e histórias para contar, que adora geografia, que usa vestido largo e de florzinhas com um avental de renda cheinho de espaço para os netinhos encostaram a cabeça e ganharem cafuné.
Tia Nastácia é a imagem perfeita da ajudante que qualquer mãe sonharia em ter na sua casa.
Ela é amiga e companheira inseparável de D.Benta, faz os quitutes mais gostosos do Planeta, é engraçada e tem sempre algum " causo" novo para contar para as crianças. A sua cozinha parece povoada de mistérios, não tem travessura do Saci que ela desconheça nem traquinagens da Cuca que ela não saiba de cór. As panelas parecem que tem vida própria e não tem um ingrediente que não venha recheado de muita prosa larga para se contar....a arte culinária dança feliz na roda da sua larga saia.
E no Sítio mora também a sonhadora Narizinho, o pensante Visconde de Sabugosa, o Tio Barnabé com a sua sabedoria infinita de floresta e suas supertições que voam junto com a fumaça do seu cachimbo, o querido e enrolado Rabicó,mais um montão de personagens do folclore brasileiro e tem ainda bastante lugar para quem a imaginação permitir entrar.
Quando estamos assistindo as histórias do sítio mais encantado de todos, Pedro e Carolina que são criados em cidade grande tem a oportunidade de sentir um pouco da magia da vida ao livre, da maravilha que é estar no meio da natureza e do quanto valioso isso pode ser.
O que seria da vida sem o sonho?
